Intensidade de Exercício e Risco de Infeção por SARS-COV-2

De acordo com um estudo levado a cabo pela TUM - Technische Universität München, pode existir uma ligação entre a intensidade de exercício e a infecção por Sars-Cov-2.

É sabido que o VO2Max, aka Volume de Consumo de Oxigénio, para pessoas não treinadas aumenta de 5-15 litros por minuto para cerca de 100L/m aquando do treino. Esse valor pode duplicar no caso de atletas com elevada experiência de treino.

Conhecem-se diversos casos de transmissão do vírus Sars-Cov-2, em contexto de treino indoor.

O estudo levado a cabo pela TUM, propôs-se analisar a correlação entre a quantidade de partículas de aerossóis expiradas por pessoa e a sua capacidade de espalhar doenças infecciosas. O seu objectivo seria propor um conjunto de medidas que ajudassem a mitigar estas infeções em contextos de pavilhões desportivos, ginásios e outros espaços fechados.

Foi utilizado um ergometro por indivíduos entre os 18-40 anos, inalando ar puro através de uma máscara, sendo medida a quantidade de aerossóis expirados aquando do teste de intensidade progressiva até à exaustão. Numa fase inicial, registou-se um aumento apenas moderado até uma carga de aproximadamente 2 Watt/kg. A partir desses valores, foram registados aumentos expressivos de aerossóis expirados. Indivíduos com experiência em treino obtiveram resultados mais elevados. Não existiram diferenças expressivas entre géneros.

O estudo sugere que para níveis de treino acima do moderado, a solução pode passar por realizar a sessão de treino em contexto outdoor, de modo a diminuir a probabilidade de infeção. Deve também existir uma distância razoável de segurança e um sistema de ventilação de alta-eficiência. 

Aborda-se também a possibilidade de atletas em forma, com capacidade para treinos de alta intensidade, utilizarem máscara.


CONCLUSÃO

Este estudo vem demonstrar aquilo que começa a ser uma tendência para o futuro. O treino indoor com elevado número de pessoas, começa a ser condicionado pela propagação de doenças infecciosas e aos poucos irá começar a existir uma alteração cada vez maior no panorama do treino. 

A industria do fitness poderá sofrer com estas alterações, especialmente as grandes cadeias de ginásios, uma vez que poderão ser obrigados a estabelecer limites à quantidade de clientes por m2, bem como elevados investimentos em sistemas adequados de ventilação da sala.

No futuro, irá assistir-se a um aumento de população a treinar em contexto outdoor, acompanhadas por profissionais (ou não), tal como já se começou a observar. Cabe às Câmara e entidades privadas saberem adaptar-se. Os espaços interiores ficarão, aos poucos, mais reservados a Personal Training e exercício especializado.

A industria de Fitness saberá adaptar-se a este novo contexto, como sempre soube desde os anos 70, com todos os desafios que foram surgindo. O crescimento das grandes cadeias tem sido tremendo desde os anos 90 até aos dias de hoje. Parece ser agora um momento de abrandamento e novas soluções serão apresentadas.